24.6.22

132 anos da IEAB: "Prefiro ser essa Metamorfose Ambulante”,

 


Refletindo sobre os 132 anos da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a IEAB, quis pensar com uma música na cabeça. Busquei uma antiga canção para homenagear a Igreja que me acolheu fraternalmente. “Metamorfose Ambulante”, lançada por Raul Seixas em 1973, um ano antes do meu nascimento, me ajuda a olhar para a caminhada da IEAB. 
Talvez, a música não combine com a Igreja que está dentro das mentes e corações de muitos irmãos e irmãs, mas coincide com a Igreja que encontrei como uma dádiva da história. Sabemos que nem tudo o que é histórico vive ou tenha vivacidade, assim como o “que era sólido se desmancha no ar”. A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil tem uma história, edificou-se na sociedade brasileira, mas também vem se moldando para ter lugar no mundo onde quer testemunhar o Evangelho na realidade da vida. 
É muito comum ouvir alguém dizer que nasceu na Igreja. É uma justa e sincera forma de se identificar com a Igreja, que tem raízes no mundo e que tem pessoas enraizadas nela. 
A IEAB é uma igreja que transcende gerações e que se adapta para encontrar e acolher pessoas de outras procedências. Já é grande o número de fiéis que dizem que vieram para a IEAB. Eu também vim para esta Igreja que consegue construir comunidade de vida e de fé entre pessoas “nascidas” nela e outras por ela adotadas.
Minha sempre professora de História da Igreja, Vera Lúcia Simões de Oliveira (in memoriam), disse ter simpatizado com uma resposta que coloquei num trabalho acadêmico onde falei da experiência de me tornar episcopal anglicano. Escrevi e hoje releio e reafirmo que procurei a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil por aquilo que percebia de semelhante com minha experiência e caminhada de fé, mas permaneci nela por tudo que ela tem de diferente. As diferenças que encontrei, não apenas serviram de consolo e aconchego para minha visão de mundo e de igreja, mas me permitiram continuar sendo quem sou e seguir auscultando e correspondendo ao chamado para a missão de Deus no mundo. 
IEAB é uma igreja que se adapta aos tempos, que são líquidos, mas mantém dentro de si um sopro sólido e estável que a sustenta na experiência de ser “metamorfose ambulante”. Parafraseando o verso citado de Raul Seixas, afirmo que prefiro participar de uma igreja “metamorfose ambulante”. Uma igreja que está em mudanças e em movimento. Como o Evangelho de Cristo é dinâmico, não podemos “ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, mas precisamos viver mudanças que se concretizam na caminhada, no próprio movimento da vida. 
Parabéns para a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil por sua presença transformadora.
Por Reverendo Pilato Pereira, no site da IEAB 

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